segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diferença entre Dilma e Serra

Do blog Tijolaço do Deputado Brizola Neto

Caso Bolívia: veja que diferença, a Dilma…

domingo, 30 maio, 2010 às 12:11

Posto aí em cima o vídeo da entrevista concedida por Dilma Roussef na sexta-feira, em Santa Catarina, onde ela trata das acusações feitas por Serra ao governo boliviano, para que você veja como os conceitos de experiente e preparado que procuram fazer grudar em José Serra são um produto, apenas, da vontade da mídia.
Dilma dá uma pequena lição de diplomacia e de preparo para governar com a responsabilidade que um país como o Brasil, mas há algo mais que quero destacar.
Reparem como, com toda a maratona a que está submetida, Dilma tem o semblante tranquilo. Não está de risinhos e simpatias forçadas. Chega a parar a fala para ir devagar, não cometer imprudências ou radicalismos verbais. Serra, ao contrário, é um poço de nervos.
Vou tratar deste assunto à tarde, acho que é importante a gente entender os perigos da situação que se aproxima.
Tijolaço - O blog do Brizola Neto

Não subestimemos o inimigo

Uma fantástica análise de Brizola Neto (republicada pelo Azenha) e um alerta para a inescrupulosidade do inimigo. Nossas armas continuam apontadas.
Brizola Neto e o Serra que “já foi” | Viomundo - O que você não vê na mídia
Política
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31 de maio de 2010 às 23:00

Brizola Neto e o Serra que “já foi”

image O perigo da volta do Serra que “já foi”
maio 30th, 2010 às 16:02
do deputado Brizola Neto, no Tijolaço
O projeto que a  direita brasileira traçara, cuidadosamente, para tentar retormar o poder total – porque totalmente do poder ela jamais saiu – está arruinado.
A essência deste projeto era a desinformação e o esfriamento do debate político. O desconhecimento de Dilma, o seu quase anonimato, era o seu trunfo.  E, convenhamos, isso correspondia a uma realidade.
Um realidade que prevaleceria, se dependesse apenas do processo político convencional, inclusive das estruturas partidárias que apóiam Dilma, perdidas em composições eleitorais, disputas por “cabeças  de chapa” e disputas de “espaço interno”. As estruturas políticas convencionais da nossa “esquerda” estão acomodadas, sofrendo da “modorra” criada por anos de governo,  de cargos, de praticar uma política que, embora diferente do ponto de vista dos seus objetivos, ia se tornando semelhante, em matéria eleitoral, à dos políticos conservadores.
Alguns fatores, porém, mudaram esta situação.
O primeiro, e mais importante deles, é que Lula nem de longe trabalhou com a tese de que seu retorno ao poder em 2014 fosse o objetivo central e, portanto, nunca adotou a posição de d’après moi le deluge (depois de mim, o dilúvio, que teria sido uma frase dita por Luís XV, rei da França).  E olhem que isso não é raro com governantes populares e bem avaliados, e os mais velhos podem traçar paralelos com o que ocorreu com JK.
Ao contrário. Lula, desde o momento em que escolheu Dilma sinalizou que quem enfrentaria o processo eleitoral não seria o PT ou os partidos da base do Governo, mas ele, pessoalmente. Ele, que pela sua origem e estatura, sabe que o sucesso de seu governo deveu-se não à máquina, mas a si mesmo, quis alguém externo à máquina partidária, que não tinha como desafiá-lo e a quem não restava alternativa de, mesmo sem grande ânimo, senão aderir – para alguns com certo contragosto – à candidatura Dilma.
Tenho certeza que foi enorme o sofrimento pessoal do presidente ao sacrificar Ciro Gomes-  que não apenas foi um aliado fiel como é uma figura humana cativante – em nome desta identificação única: Lula é Dilma e Dilma é Lula.
E Lula enfrentou, pra valer, o processo eleitoral. Expôs-se até ao um risco de quebra de sua “unanimidade”, jamais recolheu-se a uma falsa posição de árbitro ou de alheio ao processo, não seguiu o modelo “Bachelet” de manter-se um tanto quanto afastado da dinâmica eleitoral para que um eventual insucesso eleitoral não maculasse  sua “canonização” política, o que era algo tão forte que até mesmo Serra – o prévio Serra – não hesitava em exaltar.
Ficou claro o que Lula queria deixar claro: Lula é Dilma e Dilma é Lula.
O segundo fator foi, por conta disso, a lucidez do povo brasileiro. Na sua simplicidade, soube – e está sabendo cada vez mais – ler o que dizia o presidente e corresponder a este entendimento. A adesão à candidatura Dilma  espalhou-se como uma imensa hera, incontrolável, por vezes – para escândalo dos sabichões elitistas – de forma aparentemente irracional  (mas, no fundo, totalmente lógica e razoável, por identificação a um momento novo na vida do país). Era “a muié do Lula”, termo que nossos “punhos de renda” desprezavam, mas que para o nosso povão, na sua sincera e genial compreensão, resumia perfeitamente o significado da candidatura que ele propunha às massas. Ah, como este nosso povo é lúcido quando os líderes se oferecem a ele como referência!
Ficou-lhe claro que Lula é Dilma e que Dilma é Lula.
O terceiro fator, menos importante do ponto de vista de massas, mas importantíssimo para que  o debate formal e midiático não ficasse totalmente sob as rédeas da direita – como sempre aconteceu – foi esta nossa incipiente comunicação via web. As manobras, a parcialidade da mídia, as manipulações das pesquisas, tudo isso que sempre se fez impunemente nos processos eleitorais, de repente, viu-se sob o crivo de dezenas de milhares de olhos e suas contradições foram expostas, escritas num lugar  em que centenas de milhares ou até milhões de pessoas poderiam ver.
Se a crise do capitalismo mundial abalou o mundo do pensamento único, foi aqui – e não na mídia convencional – que os outros pensamentos, as outras análises, os outros enfoques, as outras verdades encontraram o seu canal de expressão aberta, já não mais restritas aos circulos acadêmicos, partidários, corporativos.
Uma leitora, num depoimento que me comoveu profundamente, disse outro dia aqui que tinha largado as panelas do jantar de sua família para ler uma determinada análise política. Será que os nossos analistas políticos se dão conta do que vem a ser isso? Será que se dão conta do sentido sublime e genial desta participação de alguém que, para eles, é uma pessoa amorfa, conduzida de forma inciente pelo marketing?
A mudança de posição de Serra, abandonando o “lulismo”, tem dois significados.
O primeiro é que desabou a pretensão da direita de, sob mil artifícios de mídia e de pesquisas (e ambas se confundem, não é?), inaugurar a campanha eleitoral, com o “favoritismo” de Serra. Este favoritismo seria sua legitimação. Seria sua “ligação com o povo”, que o absolveria de ser, como é, o candidato anti-povo.
Ele a perdeu. Ele está fadado a começar a campanha como o candidato das elites , do “grand-monde” , ordem interna e da obediência externa.
E isso quer dizer que seu “teto” baixou para algo como os 30% dos votos que a direita, em geral, consegue reunir em qualquer pleito eleitoral. São estes que Serra busca consolidar. Ninguém ache que o sentimento anti-Lula se resuma aos 5 ou 6% que aparecem como avaliação de “ruim e péssimo” nas pesquisas sobre seu Governo. Ele é correspondente, isso sim, aos 24 ou 26% que não são classificados como “aprovação”.
Você mesmo pode verificar entre o seu círculo de relacionamentos que os que classificam o Governo como “razoável” são, em geral, eleitores do candidato anti-Lula.
Mas não se ganha eleição com 25 a 30%.
É preciso criar uma crise que desestabilize esta tendência natural.
Econômica, seria o ideal. Mas o caminho para isso parece estar fechado pela pujança que a economia brasileira tem, neste momento e, ao que tudo indica, terá nos próximos meses.
Resta a crise institucional. E ai, já vimos que estamos diante de alguém desligado de qualquer princípio ético e moral, que é capaz de mentir, de camuflar, de esconder ou de intrigar de todas as formas.
Nosso dever, aqui nesta nossa pequena janela que lança luz sobre os fatos, é não descuidar e nunca achar que o inimigo está derrotado. Porque ele não segue as regras do jogo democrático e eleitoral.
Vamos vencer, sim. Mas o preço desta vitória ainda nos será muito caro. Virão ainda mil e uma armações, além das que já estão em curso.
Talvez nos sirva o preceito bíblico: vigiai e orai. Mas com um acréscimo: vigiai, orai e lutai.
Comecemos mais uma semana de combate, meus amigos.
Com a serenidade dos que têm a razão a seu lado.
Mas com a dedicação e coragem dos que sabem que estão lutando uma grande batalha histórica.
Brizola Neto e o Serra que “já foi” | Viomundo - O que você não vê na mídia

O terrorismo de Estado pelo Ocidente

Saiu no Viomundo. A cineasta atacada no navio turco pelo exército israelense em águas internacionais, conta o que seria a missão violentamente atacada em interrompedia por Israel resultando em 9 mortes desnecessárias de pacifistas. Afinal, quem são os terroristas?
31 de maio de 2010 às 18:55

Iara Lee: Por que vou a Gaza

Por que vou a Gaza
por Iara Lee, reproduzido no Opera Mundi
iara lee Em alguns dias eu serei a única brasileira a embarcar num navio que integra a GAZA FREEDOM FLOTILLA. A recente decisão do governo israelense de impedir a entrada do acadêmico internacionalmente reconhecido Noam Chomsky nos Territórios Ocupados da Palestina sugere que também seremos barrados. Não obstante, partiremos com a intenção de entregar comida, água, suprimentos médicos e materiais de construção às comunidades de Gaza.
Normalmente eu consideraria uma missão de boa vontade como esta completamente inócua. Mas agora estamos diante de uma crise que afeta os cidadãos palestinos criada pela política internacional. É resultado da atitude de Israel de cercar Gaza em pleno desafio à lei internacional. Embora o presidente Lula tenha tomado algumas medidas para promover a paz no Oriente Médio, mais ação civil é necessária para sensibilizar as pessoas sobre o grave abuso de direitos humanos em Gaza.
O cerco à Faixa de Gaza pelo governo israelense tem origem em 2005, e vem sendo rigorosamente mantido desde a ofensiva militar israelense de 2008-09, que deixou mais de 1.400 mortos e 14.000 lares destruídos. Israel argumenta que suas ações militares intensificadas ocorreram em resposta ao disparo de foguetes ordenado pelo governo Hamas, cuja legitimidade não reconhece. Porém, segundo organizações internacionais de direitos humanos como Human Rights Watch, a reação militar israelense tem sido extremamente desproporcional.
O cerco não visa militantes palestinos, mas infringe as normas internacionais ao condenar todos pelas ações de alguns. Uma reportagem publicada por Amnesty International, Oxfam, Save the Children, e CARE relatou, “A crise humanitária [em Gaza] é resultado direto da contínua punição de homens, mulheres e crianças inocentes e é ilegal sob a lei internacional.”
Como resultado do cerco, civis em Gaza, inclusive crianças e outros inocentes que se encontram no meio do conflito, não têm água limpa para beber, já que as autoridades não podem consertar usinas de tratamento destruídas pelos israelenses. Ataques aéreos que danaram infraestruturas civis básicas, junto com a redução da importação, deixaram a população em Gaza sem comida e remédio que precisam para uma sobrevivência saudável.
Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também. Anteriormente, alguns barcos que tentaram levar abastecimentos a Gaza foram violentamente assediados pelas forças israelenses. Dia 30 de dezembro de 2008 o navio ‘Dignity’ carregava cirurgiões voluntários e três toneladas de suprimentos médicos quando foi atacado sem aviso prévio por um navio israelense que o atacou três vezes a aproximadamente 90 milhas da costa de Gaza. Passageiros e tripulantes ficaram aterrorizados, enquanto seu navio enchia fazia água e tropas israelenses ameaçavam com novos disparos.
Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não violentas, que chamam atenção ao bloqueio, são indispensáveis esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo. Simplesmente não há justificativa para impedir que cargas de ajuda humanitária alcancem um povo em crise.
Com a partida dos nossos navios, o senador Eduardo Matarazzo Suplicy mandou uma carta de apoio aos palestinos para o governo de Israel. “Eu me considero um amigo de Israel e simpatizante do povo judeu” escreveu, acrescentando: “mas por este meio, e também no Senado, expresso minha simpatia a este movimento completamente pacífico…Os oito navios do Free Gaza Movement (Movimento Gaza Livre) levarão comida, roupas, materiais de construção e a solidariedade de povos de várias nações, para que os palestinos possam reconstruir suas casas e criar um futuro novo, justo e unido.”
Seguindo este exemplo, funcionários públicos e outros civis devem exigir que sejam abertos canais humanitários a Gaza, que as pessoas recebam comida e suprimentos médicos, e que Israel faça um maior esforço para proteger inocentes. Enquanto eu esteja motivada a ponto de me integrar à viagem humanitária, reconheço que muitos não têm condições de fazer o mesmo. Felizmente, é possível colaborar sem ter que embarcar em um navio. Nós todos simplesmente temos que aumentar nossas vozes em protesto contra esta vergonhosa violação dos direitos humanos.
Iara Lee: Por que vou a Gaza | Viomundo - O que você não vê na mídia

domingo, 30 de maio de 2010

Carta Maior: nova direita, novos golpes

Saiu no Carta Maior: a tendenciosidade da mídia se reflete no tratamento que representantes do judiciário tem dado aos candidatos em 2010.

DEBATE ABERTO

O palpite togado de um golpe improvável

O que significam as palavras da vice-procuradora da República, Sandra Cureau, afirmando que, devido à quantidade de irregularidades, "a candidatura Dilma Rousseff caminha para ter problema já no registro e, se eleita, já na diplomação”?
Gilson Caroni Filho
A temperatura da disputa política, agitada com os recentes programas partidários, traz ao primeiro plano uma movimentação que, dependendo dos desdobramentos, pode ser ridícula ou inquietante: a nova direita, tal como a antiga, parece o homem que, acordado, age como se dormisse, transformando em atos os fragmentos de um longo e agitado sonho no qual ele ainda é o principal ator, com poderes para interromper qualquer possibilidade de avanço institucional.
O sonho-delírio do bloco neoudenista insiste em não aceitar a disputa democrática, reitera a disposição em deixar irresolvidos conflitos fundamentais, antecipando o fracasso de qualquer debate político. Seu ordenamento legal não se propõe a garantir o mesmo direito a todos, ampliando o Judiciário e racionalizando as leis. Deseja uma democracia que só existe no papel, com instituições meramente ornamentais que dão um tom barroco às estruturas de mando.
Inconformada com a derrota que se anuncia em pesquisas de intenção de voto, a classe dominante se esmera em repetir ações que um dia lograram êxito. Tornam-se cada vez mais frequentes as ações combinadas de articulistas de direita e membros do Judiciário. Acreditando que a história permite repetições grotescas, multiplicam-se editoriais, artigos, entrevistas com vice-procuradoras e ministros do TSE que acreditam estar criando condições superestruturais para um golpe contra a candidatura de Dilma Rousseff. Se ainda podemos encontrar pouquíssimos comentários políticos de diferentes matizes, é inegável a homogeneidade discursiva dos “especialistas” em jornalismo panfletário. E eles se repetem à exaustão.
No entanto, o erro de cálculo pode ser surpreendente. Confundir desejo com realidade tem um preço alto quando se pensa em estratégia política. Ao contrário de 1964, não faltam às forças do bloco democrático-popular, o único capaz de impedir de retrocessos, organização e direção. Os movimentos sociais, e esse não é um pequeno detalhe, não mais se organizam a partir do Estado, como meros copartícipes de governos fracos e ambíguos. Estruturados no vigor das bases, acumulando massa crítica desde o regime militar, os segmentos organizados contam, hoje, com experiências suficientemente amadurecidas para deslegitimar ações e intenções golpistas junto a expressivos setores da opinião pública.
Rompendo as alternativas colocadas pelas elites patrimonialistas que apoiam José Serra, as forças progressistas dispõem de plataforma política para não permitir que a democracia brasileira venha a submergir no pseudolegalismo que se afigura em redações e tribunais.
Nesse sentido, o que significam as palavras da vice-procuradora da República, Sandra Cureau, afirmando que, devido à quantidade de irregularidades, "a candidatura Dilma Rousseff caminha para ter problema já no registro e, se eleita, já na diplomação”? Nada mais que identidade doutrinário-ideológica com o que há de mais reacionário no espectro político brasileiro. Inexiste no palpite da doutora Sandra um pensamento jurídico que se comprometa com os anseios democráticos da sociedade brasileira.
Nem que fosse por mera hipótese exploratória, seria interessante que o Judiciário se pronunciasse sobre o conteúdo da informação televisiva, em especial a que é produzida pela TV Globo. Quando uma emissora monopolística, operando por meio de concessão pública, editorializa seu noticiário e direciona a cobertura para favorecer o candidato do PSDB, o que podemos vislumbrar? Desrespeito a uma obrigação constitucional? Abuso de poder político e econômico? Ou um exemplar exercício de “liberdade de imprensa”?
São questões candentes quando, antes de qualquer coisa, o custo da judicialização da vida pública partidariza algumas magistraturas. Sem se deixar intimidar com as pressões togadas, a democracia só avança através de pactos que permitam abrir a sociedade às reivindicações e participação social de setores recém-incluídos. A candidatura de Dilma Rousseff expressa essa possibilidade. Do lado oposto, sob pareceres e editoriais que se confundem tanto no estilo quanto no conteúdo, reside a quimera de um golpismo cada vez menos provável.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
Carta Maior - Gilson Caroni Filho - O palpite togado de um golpe improvável

Santayana: Belo Monte é a soberania nacional | Conversa Afiada

Saiu no Conversa Afiada

Santayana: Belo Monte é a soberania nacional

    Publicado em 30/05/2010
Nelson Rockefeller veio para a Amazônia com os protestantes
Na Revista do Brasil, edição de maio, página 5, Mauro Santayana define com clareza por que há tanta oposição à construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu:
“Se o governo não houvesse considerado a construção da usina uma questão de honra nacional, provavelmente os interesses estrangeiros, inimigos do nosso desenvolvimento independente, impediriam a importante obra, necessária à ocupação nacional e ao desenvolvimento da região amazônica.”
“Durante os últimos a nos, principalmente com Collor e Fernando Henrique, a Amazônia se abriu a ONGs internacionais e à presença sempre atrevida de estrangeiros … esses que se levantam agora contra Belo Monte.”
“Desde o século 19, europeus e norte-americanos tentam ocupar a Amazônia, em nome da ‘civilização’, de Deus (com os protestantes liderados pelos  Rockefeller) e, ultimamente, da preservação do meio ambiente.”
“Ao tomar a decisão de construir a usina contra todos esses opositores, o governo Lula reafirma a soberania sobre a Amazônia, de maneira firme.”

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Der Spiegel: Lula na primeira divisão


Em uma matéria que trata Lula como superastro, a mais importante revista alemã redimensiona a posição do Brasil e de Lula no cenário atual. A tradução é feita pelo portal UOL.

29/05/2010

Lula salta para a primeira divisão da diplomacia mundial

 
Erich Follath e Jens Glüsing



  • Luiz Inácio Lula da Silva (esq.) e o presidente norte-americano, Barack Obama, falam com os jornalistas após encontro na Casa Branca, em Washington (EUA), em março de 2009
Transpirando autoconfiança, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está elevando o status global do seu país ao protagonizar um número cada vez maior de iniciativas na área de política internacional. Na mais recente dessas ações, ele convenceu o Irã a concordar com um polêmico acordo nuclear. Poderia este acordo proporcionar uma oportunidade para que sejam evitadas sanções e guerra?
Ele foi acusado de ser muitas coisas no passado, incluindo um comunista, um proletário grosseiro e um alcoólatra. Mas a época dessas acusações acabou há muito tempo. À medida que o Brasil cresce para tornar-se uma nova potência econômica, a reputação do presidente brasileiro cresce de forma meteórica. Hoje em dia muita gente vê o presidente como um herói do hemisfério sul e um importante contrapeso em relação a Washington, Bruxelas e Pequim. A revista de notícias norte-americana "Time" foi além, duas semanas atrás, ao afirmar que ele é "o líder político mais influente do mundo", colocando-o à frente até mesmo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No Brasil, muita gente vê em Lula da Silva um candidato ao Prêmio Nobel da Paz.

Nova estratégia de segurança dos EUA admite peso do Brasil no mundo

A Nova Estratégia de Segurança dos Estados Unidos, anunciada nesta quinta-feira (27) pela Casa Branca, elogia as políticas econômicas e sociais do Brasil, reconhece o país como guardião de "patrimônio ambiental único" e dá as "boas-vindas" à influência de Brasília no mundo.
E agora este homem, Luiz Inácio da Silva, 64, apelidado de "Lula", que passou a infância em um cortiço como filho de pais analfabetos, conseguiu mais outra vitória política no exterior. Em uma reunião que foi uma verdadeira maratona política, ele negociou um acordo nuclear com a liderança iraniana. Na última segunda-feira, ele apareceu triunfante ao lado do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan e do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Os três líderes chegaram a um acordo que eles acreditam que retirará da agenda internacional as previstas sanções da Organização da Nações Unidas (ONU) contra o Irã devido ao possível programa de armas nucleares do país. O Ocidente, que vinha fazendo pressões pela adoção de medidas punitivas mais duras contra o Irã, pareceu ter sido feito de bobo, e até ter sido pego de surpresa.
Mas o contra-ataque de Washington veio no dia seguinte, abrindo um novo capítulo nesta acalorada disputa nuclear, na qual Pequim, em especial, há muito vem resistindo a adotar uma abordagem mais dura. A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton anunciou: "Nós chegamos a um acordo baseado em medidas fortes com a cooperação tanto da Rússia quanto da China". O texto relativo às sanções planejadas contra o Irã foi enviado a todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo o Brasil e a Turquia. Os dois países são membros eleitos para ocuparem durante dois anos esse conselho que têm 15 integrantes, e que precisa aceitar uma resolução com pelo menos nove votos para que esta possa ser implementada.

Os Estados Unidos mostram-se irredutíveis quanto às sanções

Clinton agradeceu especificamente a Lula pelos seus "esforços sinceros". Mas a sua expressão indicava claramente que ela viu os esforços de lula mais como um impedimento do que como uma ajuda. "Nós estamos procurando o apoio da comunidade internacional a uma resolução composta de sanções fortes que, segundo o nosso ponto de vista, constituir-se-ão em uma mensagem muito clara a respeito daquilo que se espera do Irã", afirmou Hillary Clinton.
Mas a abordagem menos confrontativa de Lula nesta disputa nuclear não seria muito mais promissora? Seria tão fácil assim desacelerar o "Lula Superstar", que conta com o apoio da Turquia, um país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)? Quem quer que tenha acompanhado a carreira de Lula achará difícil acreditar nisso. Este homem sempre superou todas as resistências, e todos os cenários desfavoráveis com os quais se defrontou.
O pai dele abandonou a família quando Lula era bem novo, e a mãe mudou-se com os oito filhos do nordeste do Brasil para o sul industrializado, onde ela esperava aumentar as chances de sucesso da família. Lula só aprendeu a ler e a escrever aos dez anos de idade. Quando criança, ele ajudou a sustentar a família trabalhando como engraxate e vendedor de frutas, e também como operário de uma fábrica de tintas. Ele acabou conseguindo fazer um curso de torneiro mecânico. Quando Lula tinha 25 anos de idade, a mulher dele, Maria, e o seu filho ainda não nascido morreram porque a família não tinha condições de pagar por atendimento médico adequado.
Lula tornou-se politicamente ativo quando era jovem, ao ingressar em um sindicato e organizar greves ilegais na época da ditadura militar. Ele foi preso várias vezes na década de oitenta. Insatisfeito com os esquerdistas clássicos, ele fundou o seu próprio Partido dos Trabalhadores, que gradualmente transformou-se de um partido marxista em uma agremiação social-democrata. Ele concorreu três vezes, sem sucesso, à presidência, até que, na quarta vez, venceu a eleição presidencial de 2002 com uma vantagem significante sobre o seu adversário. Foram os indivíduos mais pobres que, em um país de extremos contrastes econômicos, depositaram as suas esperanças no carismático líder trabalhista. Quando Lula venceu a eleição, os indivíduos extremamente ricos, temendo que os seus bens fossem desapropriados, mantiveram os seus aviões a jato particulares abastecidos, prontos para decolar.

O herói dos pobres distanciou-se de revoluções

Mas aqueles que esperavam ou que temiam uma revolução no Brasil ficaram surpresos. Após tomar posse, Lula levou alguns dos membros do seu gabinete a uma favela, e lançou um programa de grande escala chamado "Fome Zero" para aliviar os sofrimentos dos desprivilegiados. Mas ele não assustou os mercados. Aumentos dos preços das commodities e uma política econômica moderna que enfatizou os investimentos estrangeiros, a educação nacional e recursos para treinamento ajudaram Lula a se reeleger em 2006.
O mandato dele termina em dezembro, e Lula não poderá disputar novamente a reeleição. Ele colocou a casa em ordem e cultivou uma potencial sucessora. Mas o presidente autoconfiante deseja evidentemente deixar também um legado político: ele considera uma missão sua transformar o Brasil, com a sua população de 196 milhões de habitantes, em uma grande potência mundial, bem como assegurar uma cadeira permanente para o seu país no Conselho de Segurança da ONU.
Lula reconheceu que manter boas relações com Washington, Londres e Moscou é algo que ajuda o Brasil a tentar alcançar essa meta. Mas ele sabe também que vínculos fortes com países como a China e a Índia, bem como o Oriente Médio e os países africanos, poderiam ser ainda mais importantes. Ele se considera um homem do "sul", e um líder dos pobres e desfavorecidos. E, é claro, ele também reconhece as mudanças que estão ocorrendo. No ano passado, por exemplo, a República Popular da China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Brasil pela primeira vez na história.
Lula é o único chefe de Estado que participou tanto do exclusivo Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, quanto do Fórum Social Mundial, que criticou a globalização, na cidade de Porto Alegre, no Brasil. Ele é um viajante infatigável, tendo visitado 25 países só na África, muitos países asiáticos e quase todos as nações da América Latina – levando sempre consigo uma delegação econômica. Lula prega incansavelmente a sua crença em um mundo multipolar. E, como Lula é um orador carismático e um "autêntico" líder trabalhista, multidões em todo o mundo o saúdam como se ele fosse um pop star. Na reunião de cúpula do G20 em 2009, em Londres, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que aparentemente é um fã de Lula, afirmou: "Eu adoro esse cara".
No entanto, Obama não pode mais ter certeza de que Lula é de fato "o seu cara de confiança". O brasileiro está ficando cada vez mais autoconfiante à medida que se distancia de Washington e, às vezes, chega até a buscar a confrontação com os norte-americanos.

Autoconfiança cada vez maior

O caso de Honduras é um exemplo dessa tendência. Os Estados Unidos, que sempre viram a América Central como o seu quintal, ficaram perplexos quando Lula concedeu abrigo ao presidente deposto Manual Zelaya na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa no ano passado e exigiu que tivesse uma voz no processo para solucionar o conflito. Ao recusar-se a reconhecer o novo presidente, Brasília se opôs ostensivamente a Obama.
Depois disso, as coisas aconteceram muito rapidamente. Lula viajou a Cuba, onde reuniu-se com Raul e Fidel Castro e pediu um fim imediato do embargo econômico norte-americano à ilha. Para a alegria dos seus anfitriões, ele comparou os críticos do regime que sofrem nas prisões de Havana a criminosos comuns. Lula também fez questão de aparecer junto ao presidente venezuelano Hugo Chávez, que não poupa críticas a Washington e que está amordaçando cada vez mais a imprensa no seu país. Em uma entrevista a "Der Spiegel", Lula definiu o líder autocrático como "o melhor presidente da Venezuela em cem anos".
E quando recebeu Ahmadinejad em Brasília alguns meses atrás, Lula cumprimentou o presidente iraniano pela sua suposta vitória eleitoral impecável e comparou o movimento oposicionista iraniano a torcedores de futebol frustrados. Ele afirmou que o Brasil também não permitiria que ninguém interferisse com o seu programa nuclear "obviamente pacífico".
Apesar dessa aproximação, muita gente manifestou ceticismo quando Lula seguiu para Teerã a fim de negociar um acordo nuclear com a liderança iraniana, especialmente depois que os iranianos não demonstraram quase nenhuma disposição para ceder nos meses anteriores. Em uma entrevista coletiva à imprensa com Lula, o presidente russo Dmitry Medvedev disse que a probabilidade de um acordo mediado pelo Brasil seria de no máximo 30%. Lula retrucou, dizendo: "Eu diria que as chances são de 99%". Lá estava novamente em evidência o ego pronunciado do astro político em ascensão. "Ele acredita ser um trabalhador milagroso que é capaz de obter sucesso onde outros fracassaram", diz Michael Shifter, um especialista norte-americano em América Latina.

Vitória inédita ou fracasso?

Neste momento, só existem indícios circunstanciais de que uma "vitória inédita" foi alcançada em Teerã após 17 horas de negociações. É também possível que a reunião tenha sido, na verdade, aquilo que o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung" classificou como um "fracasso", ou apenas mais uma forma encontrada pelos iranianos, que em outras ocasiões foram frequentemente evasivos, para novamente paralisarem as iniciativas internacionais contra o seu programa nuclear.
Autoridades da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena afirmaram cautelosamente que qualquer fato novo no sentido de que se chegue a um acordo nuclear se constitui em um progresso. Os inspetores da AIEA são responsáveis por inspecionar as instalações nucleares de todo o mundo em nome da ONU. Eles recentemente descobriram mais indícios de um programa iraniano ilegal de armas nucleares e pediram a Teerã que cooperasse mais. A avaliação dos especialistas da agência, cuja comunicação com Teerã nunca foi interrompida e que jamais afirmaram algo que não fossem capazes de provar, terá agora muito peso. O fato de os iranianos só se disporem a apresentar o texto do acordo à AIEA "em uma semana" gerou dúvidas.
Os governos ocidentais têm manifestado muito ceticismo, e a resolução da ONU que Hillary Clinton tornou pública pouco depois do acordo de Teerã aparentemente deixou os israelenses preocupados. Alguns membros do governo de linha dura do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu estão criticando abertamente o acordo como sendo uma artimanha para aliviar a pressão internacional que é exercida sobre Teerã. O ministro israelense do comércio Benjamin Ben-Elieser afirma que Teerã está aparentemente "tentando novamente ludibriar o mundo inteiro".

O acordo proporciona uma brecha ao Irã

O instituto norte-americano ISIS, que sempre defendeu uma solução negociada e que acredita que a "opção militar" para resolver a questão nuclear iraniana é impensável, fez uma análise inteligente do acordo Lula-Ahmadinejad-Erdogan. Na análise, os especialistas nucleares independentes do instituto divulgaram as suas preocupações e observaram os pontos fracos do texto do acordo que foi revelado até o momento.
Os iranianos só concordam em enviar 1.200 quilogramas do seu urânio de baixo teor de enriquecimento à Turquia, para receberem em troca combustível para o seu reator de pesquisas em Teerã. As dimensões do acordo correspondem àquelas de um outro acordo proposto pela AIEA em outubro do ano passado, segundo o qual mais de três quartos do urânio produzido no Irã seriam mandados para fora do país, fazendo desta forma com que a fabricação de uma bomba atômica se tornasse impossível. A ideia era que isso fosse uma medida fomentadora de confiança para proporcionar espaço para negociações.
No entanto, o acordo atual ignora o fato de que o Irã, após ter colocado em funcionamento as suas centrífugas em Natanz, aparentemente já conta com mais de 2.300 quilogramas de urânio. Em outras palavras, o acordo possibilitaria que Teerã ficasse com quase a metade desse material, que é um ingrediente básico para uma bomba nuclear, de forma que o Irã ainda contasse com matéria prima suficiente para atingir a "capacidade mínima" de fabricação de armas nucleares.
O acordo também proporciona uma brecha a Teerã: ele concede à liderança iraniana o direito de pegar o seu urânio de volta da Turquia se, na sua opinião, qualquer cláusula do texto oficial "não for cumprida". E o mais importante é que o acordo não exige que Teerã suspenda o processo de enriquecimento de urânio. "Nós nem sonharíamos em fazer isso", declarou uma autoridade iraniana. Mas é isso precisamente que a ONU exigiu inequivocamente com aquilo que a esta altura já são três rodadas de sanções.
Essas objeções todas não preocupam Lula. Ele demonstrou que não pode mais ser ignorado no cenário internacional. Na última terça-feira, os amigos do presidente brasileiro elogiavam os seus esforços no sentido de fomentar a paz durante a reunião de cúpula América Latina-União Europeia em Madri. A participação do presidente tinha como objetivo demonstrar que a "lula" possui vários braços. Ele provou que é capaz de nadar na companhia de grandes tubarões.
Por trás dos bastidores, o Lula Superstar gosta de falar sobre como obrigou os diplomatas brasileiros a abandonarem a "síndrome de vira-latas", o seu termo para designar o profundamente arraigado complexo de inferioridade que os brasileiros demonstravam até recentemente em relação aos norte-americanos e aos europeus.
O fato ocorreu em 2003, na primeira aparição internacional importante de Lula, na reunião de cúpula do G8, em Evian, na França. Um grupo de pessoas estava sentado no saguão do hotel onde ocorria a conferência, aguardando o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Quando os norte-americanos finalmente entraram no recinto, todos se levantaram – menos Lula, que ordenou ao seu ministro das Relações Exteriores que também permanecesse sentado. "Eu não participarei desta subserviência", declarou o presidente brasileiro. "Afinal, ninguém se levantou quando eu entrei".
Tradução: UOL    


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cuidado: mais uma tentativa de Golpe

Vem aí mais uma tacada da corja serro-tucana, agora com manipulações articuladas nas instâncias “democráticas”.
Extraído do Conversa Afiada:

Vídeo: Brizola Neto trata do TSE, de Jeferson, e do tapetão da eleição

    Publicado em 26/05/2010
Brizola Neto: o Jeferson pode entregar o PPP ao Serra
O Conversa Afiada reproduz discurso de hoje do deputado Brizola Neto na Câmara dos Deputados sobre a legalidade no processo eleitoral:
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a base da democracia é o voto de cada brasileiro. A eleição tem que ser decidida nas urnas, não nos jornais, não na televisão e nem na Justiça. A eleição é a hora de o povo falar diretamente. Aquelas instituições não têm o direito de se substituírem ao povo, nessa decisão, como nós Deputados, não o temos.
Assistimos a um processo eleitoral que está sendo levado pela mídia e pela Oposição, não às ruas, mas aos tribunais. O Presidente Lula está quase que proibido de falar o nome de quem apoia.
As pesquisas dizem que metade dos brasileiros deseja votar no candidato do Presidente, mas a Oposição e a imprensa pressionam todo dia o Poder Judiciário para que o proíba de falar. Proíba, para ocultar ao povo que sua candidata éDilma, enquanto José Serra desfila como lulista.A farsa depende do silêncio.
Ora, senhoras e senhores, manifestar preferência não é pedir voto. Nós, aqui nesta casa, também somos agentes públicos. Não podemos usar nossos gabinetes, nossas cotas, os serviços pagos com dinheiro público para pedir votos. Isso está correto, corretíssimo.
Clique aqui para ler a íntegra do pronunciamento
Clique aqui para assistir ao vídeo do pronunciamento
Clique aqui para ler: Brizola relança campanha da legalidade: eleição se ganha no voto !

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Vídeo: Brizola Neto trata do TSE, de Jeferson, e do tapetão da eleição | Conversa Afiada

terça-feira, 25 de maio de 2010

Politização Já!


A palavra "política", segundo a wikipedia, "tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas 'polis', nome do qual se derivaram palavras como 'politiké' (política em geral) e 'politikós' (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês 'politique' que, em 1265 já era definida nesse idioma como 'ciência do governo dos Estados'." Ainda define a enciclopedia da rede, como "arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa)". Essa palavra com origens há mais de dois milênio tomou diversas formas e sentidos nas diversas sociedades que buscaram emprestar-lhe os significados a sua época e contexto. Até os tempos modernos, política nunca se desassociara de sua essência. Nasceu da organização do estado e da cidade e nunca se distanciou do sentido de coletividade e sociedade, o que sempre exigiu aos que administram agrupamentos humanos um saber (ciência) aliado a um dom (arte). Mas algo mudou na humanidade nestas últimas décadas a ponto de política ter novo sentido?
Provocou-me tal questionamento um trecho da entrevista dada por Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais em entrevista a Andréa Vieira, da revista Desafios do Desenvolvimento, do Ipea, e publicada pelo Azenha no Viomundo. Ao tratar do tema "combate à corrupção", Garcia destaca que se por um lado, a corrupção se torna mais visível justamente pelo aumento do seu combate como demonstram o volume de iniciativas da Controladoria Geral da União e da Polícia Federal, por outro há uma leitura feita desse combate pela imprensa, que, segundo supõe Garcia, tem como função, desacreditar a política, tornando-a "uma área ardida" e os políticos, "as piores pessoas que existem no mundo". Prossegue : "O volume que esses temas ocupam no noticiário e a abordagem deles denotam concretamente uma incriminação da política como atividade humana. E ela é muitas vezes substituída por uma ideia de que ao invés da política nós devemos privilegiar a gestão. Uma gestão do tipo tecnocrática, apolítica e etc."
O que se denuncia aqui é justamente o esvaziamento do significado maior da palavra "política". Passa a significar, endossada por mídias mal intencionadas, uma atividade obscura que somente gente inescrupulosa possa exercer. Essa mesma mídia "acusou" a greve dos professores do Estado de São Paulo em 2010, de "política". Como se existisse greve e movimento sindical apolítico, ou como se o devesse ser. Isso ressoa no pensamento coletivo que já é avesso ao sindicalismo graças ao colonialismo brasileiro, como uma abominação. O Estado militar, com forte repressão, tortura e assassinatos, negou aos brasileiros por três décadas, pensar, falar ou fazer política. A democracia reconquistada, direta ou indiretamente, pelos criminalizados "subversivos" e "comunistas", encontrou um Brasil despolitizado. A Democracia que se construiu daí, por sua vez, se consolidou em um sistema não participativo, mas representativo. As pessoas delegam a alguns poucos o poder de legislar e executar políticas públicas. A relação entre os representantes e seus representados se dá basicamente pelo meio da propaganda eleitoral, mídia e o voto. Poucos são aqueles que exercem sua cidadania de forma participativa, seja pelo sindicato, associação, movimentos sociais ou partidos, dentre outros. Os representados podem sair desses agrupamentos, mas como a imensa maioria da população não está engajada em qualquer organização política, para ser eleito, qualquer representado terá de ir muito além de sua base. Terá de gastar muito dinheiro para ganhar cada voto, e poderíamos dizer, comprar cada voto. Pois se precisa de propaganda não deixa de passar pela cabeça do eleitor que pensa como consumidor que se trata de um produto. A credibilidade desse produto depende da mídia (mal intencionada ou não), de marqueteiros e novas embalagens que o tornem conhecido e mais apetitoso aos olhos do freguês. E se é preciso dinheiro, e muito, para se eleger, naturalmente, esse sistema atrairá a corrupção e os grupos dominantes de poder secular. O dinheiro não aparecerá sem interesses. O dinheiro entra com o objetivo de vantagens. E quem banca não está pensando em política. São empresas, empresários, intermediários, donos de corporações. E quanto maior a corrupção, mais o cidadão comum, assalariado, com uma mãozinha da mídia, sente-se cada vez mais distante da política. Fecha-se o círculo vicioso.
Esse círculo que de um lado tem a despolitização e do outro a corrupção é alimentado pela mídia, em especial, porque essa não quer uma relação muito participativa dos cidadãos na política. Cidadãos mais politizados são menos crédulos diante dos meios de comunicação herdeiros do Brasil colonial. Uma herança da qual as 11 famílias que controlam rádio e televisão no país não vão abrir mão. A consequência , o distanciamento entre o telespectador do Jornal Nacional e do BBB e a política, deixa abertos os espaços políticos. Também interessa a esses feudos o fortalecimento de representantes (seus) que carreguem o atribito de "gestores" em detrimento dos "políticos". Na medida em que a política se torna atividade carregada de descrédito e ceticismo, o cidadão em aversão a ela, menos participa. Política costuma ser assunto proibido em algumas mesas de bar e contra a etiqueta em casa de amigos. Seja no sindicato, no conselho da escola ou no condomínio do prédio, faz-se política e decide-se independentemente dos afetados gostarem ou não de política. Tal aversão permite que as cadeiras vagas acabem preenchidas em boa parte, por mal intencionados. Esse ciclo somente pode ser rompido com a participação. Mas a participação envolve responsabilidade, o que muitas pessoas preferem abrir mão. Por vezes, é mais cômodo reclamar da escola, do síndico, do sindicato ou dos políticos. Para quebrar tal ciclo somente com conscientização, que não brota espontaneamente nas cabeças dos indivíduos. Requer educação, formação, capacitação. Para mudar tal panorama, temos muito trabalho pela frente. Política não pode ser tabu. Nas escolas públicas, as leis da mordaça, herança da ditadura servem de desculpa para não se discutir política. Mas o que existe é uma massa despolitizada que cultua que política é algo ruim, sem perceber que o fazem o tempo todo e que o dia-a-dia e seus destinos são definidos na política. Nos sindicatos, a mesma estratégia da despolitização tem tomado o lugar que antes era dado à consciência de classe. Tudo pelo status quo ou pela manutenção dos mesmos no poder. Não moro em condomínio, mas alguma coisa tento fazer já que sou educador e sindicalista. Na creche em que sou gestor, política e educação têm que andar juntas. As pequenas crianças que frequentam todos os dias devem constituir-se autônomas, orgulhosas de si e curiosas, pois terão um mundo muito desigual e uma sociedade que precisa ser transformados. Em nada os professores poderão ajudar se acharem que seu trabalho não é político. No sindicato que participo e milito, defendo que a entidade assuma a formação política dos participantes, já que a postura que vejo na diretoria é a cômoda culpabilização da categoria pelo desmobilização. Tento fazer minha parte ainda, escrevendo esse blog (dentre outros). Temos de assumir uma nova campanha para combater a mídia: politização já!

sábado, 22 de maio de 2010

Caroni: Quando Serra pôde mais, trabalhador pôde menos | Viomundo

Saiu no Viomundo. Resgatando o passado recente, Gilson Caroni demonstra que o Brasil que pode mais não é e nunca foi o de Serra.
22 de maio de 2010 às 19:45

Caroni: Quando Serra pôde mais, trabalhador pôde menos

Serra e a morte de Deus
Gilson Caroni, na Carta Maior
José Serra precisa de ajuda. Não basta aquela que lhe é oferecida por uma mídia favorável. É necessário que alguém reavive seu senso de oportunidade. Um dos males que costumavam atacar com muita frequência o brasileiro, principalmente aquele que vivia de salário (a maioria, portanto) consistia na tendência de ser enganado com facilidade. Faz cerca de oito anos que o PSDB deixou o governo e ainda não se deu conta de que a percepção da realidade mudou. Jogar palavras ao vento, com fez o pré-candidato tucano para uma platéia de militantes (?) do PPS, é um exercício arriscado, uma manifestação que mescla soberba e desespero em dosagem tão hilariante quanto assustadora. Mas nada disso nos permite duvidar de sua capacidade e argúcia analítica. Afinal, como diz o slogan de campanha dos tucanos: “o Brasil pode mais”. Resta saber o quê. E para quem.
Ao afirmar, em uma tentativa de crítica à política econômica do governo Lula que ” nós estamos voltando rapidamente a um modelo que não atende à demanda de emprego que o país possui”, o ex-governador paulista  aposta no total alheamento do eleitor brasileiro. Tamanha credulidade espanta, tendo em vista que o mundo do trabalho — a principal vítima do modelo neoliberal orquestrado pelo tucanato — aprendeu direitinho, na própria pele, o que significou o mercado desregulado como chave para o crescimento econômico e as virtudes do “Estado musculoso”, elementos centrais no discurso serrista.
A afirmação sobre empregos não é piada, nem brincadeira de um notívago diletante, mas desespero de um candidato que, em face de uma conjuntura que lhe é totalmente adversa, tem que produzir discursos a todo e qualquer custo. E de Serra, pode-se afirmar várias coisas, menos a de não ser um ator político que sabe o que faz. Sua eventual perdição, entretanto, antes de ser festejada pelas forças progressistas, deve causar desconfiança e vigilância redobrada. Pois é inevitável que os ânimos se acirrem em seus dois principais pólos de apoio: a mídia corporativa e o Poder Judiciário.
Mas a comparação suscitada por suas declarações é inevitável. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o número de vagas criadas no mercado de trabalho bateu recorde no primeiro trimestre de 2010, com um saldo acumulado até março somando 657.259 empregos. Convém retornar no tempo e observar como se comportava a economia brasileira quando o pré-candidato tucano era ministro do Planejamento e Orçamento do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso.
O desemprego na indústria atingia 5,7% em 1997 em relação a 1996, resultado fortemente influenciado pela taxa de dezembro, quando a queda foi de 2,6% em relação a novembro, a pior desde dezembro de 1990, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma idéia do tamanho da retração nos empregos, os dados do instituto mostravam uma queda anualizada de 7,3%. Quando Serra pôde mais, o trabalhador pôde menos.
Até então, o governo FHC registrava um desemprego industrial de 19,77%. Mas o “Brasil que não podia mais”, aquele que os colunistas econômicos tanto enaltecem, vivia um amargo processo de ajuste, acentuado em 1996, com a atividade econômica represada e a queda no emprego apresentando taxas expressivas. Ao contrário do que afirma Serra, foi sob a batuta da modernização neoliberal que “o Brasil adotou uma política econômica desastrosa.”
Mas o discurso do tucano foi além, mirando também o campo da ética, com críticas a supostas práticas de corrupção no governo petista. Como fazem as vestais tucanas, destampou um poço de demônios para sentenciar: “se aquele que era o guardião da moral, da ética, do antipatrimonialismo toma outro rumo, o rumo oposto, para muita gente Deus morreu”. Que metafísica, o ex-governador paulista quer superar com essa alusão a Nietzsche?
Decerto não deve ser a do governo ao qual serviu em dois ministérios. Fernando Henrique não teve escrúpulos de usar métodos condenáveis para evitar investigação da banda podre da administração federal. A retirada de assinaturas para esvaziar a criação da CPI da Corrupção, em 2001, é um belo exemplo. O arrastão de favores para livrar o governo de qualquer constrangimento ficou como um dos mais baixos momentos de um presidente eleito e reeleito pela ansiedade ética na vida brasileira.
Fernando Henrique liberou por bravata os parlamentares de sua base política para subscrever a CPI e, na hora H, liberou verbas estocadas e fez nomeações para cargos públicos. Junto com ACM e José Roberto Arruda, FHC afrontou o sentimento ético da cidadania falando em “linchamento precipitado” quando sua posição anterior incentivava a punição exemplar e imediata. E onde estava José Serra em meio a tudo isso? No Ministério da Saúde, definindo a criação da CPI como uma “brincadeira”,” pretexto eleitoral”, ” instrumento para prejudicar a governabilidade.”
Em sua campanha, o tucano terá que se confrontar com questões sobre ética e economia. Mas com muita cautela, evitando o reaparecimento de fantasmas incômodos. Eles podem dizer que foi naquela época, e não hoje, que “para muita gente Deus morreu”. Um deus imanente, amoral e, tal como os dirigentes aboletados no Estado, servil ao mercado que o pagou.
Caroni: Quando Serra pôde mais, trabalhador pôde menos | Viomundo - O que você não vê na mídia

LULA (AQUELE QUE NÃO ENTENDE DE "BULUFAS" DE NADA!)

Recebi esse e-mail de um companheiro e ficou irresistível publicar.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano!


LULA (AQUELE QUE NÃO ENTENDE DE "BULUFAS" DE NADA!)

Pedro Lima

Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; e que também não entende de economia; pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos. Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos [14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares] .

Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares [valores de janeiro de 2010], e não quebrou a previdência como queria FHC. Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis [maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta]. Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].

Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu; mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora. Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise. Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre [como também na linha branca de eletrodomésticos] .

Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].

Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com George Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Barack Obama.

Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador; é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO - American Federation Labor - Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...] e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio Sam lá, nos "States".

Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa é autor da [maior] mudança geopolítica das Américas [na história].

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.

Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas; faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel. Lula, que não entende nada de nada; é bem melhor que todos os outros...!

Pedro Lima

Economista e professor de economia da UFRJ

Dilma empata com Serra, mostra pesquisa Datafolha - Eleições - iG

Saiu no portal IG. A pesquisa do Datafolha de maio com Dilma e Serra empatados, torna mais suspeitos os números daquele instituto quando em abril, ampliou o número de municípios paulistas sem corrigir a proporção de pesquisados pelo Brasil, ampliando a diferença a favor de Serra. Convenientemente coincidindo com o lançamento da candidatura de Serra e sua busca por apoio de outros partidos, a pesquisa de abril invertia a tendência de crescimento de Dilma, demonstrada por todas as pesquisas anteriores de todos os institutos.

Dilma empata com Serra, mostra pesquisa Datafolha

Tucano sofreu queda de 5 pontos desde o levantamento de abril; já a petista teve alta de 7. Ambos aparecem com 37%
iG São Paulo | 22/05/2010 05:47
Pesquisa Datafolha publicada na edição deste sábado da Folha de S.Paulo mostra que a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, atingiu sua melhor marca de intenção de voto e está empatada com José Serra (PSDB). Ambos estão com 37%.
Eleições 2010
Pesquisa presidencial

Datafolha
Leia também
O levantamento foi realizado ontem e anteontem com 2.660 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Marina Silva (PV) aparece com 12%. Os que votam em branco, nulo ou nenhum somam 5%. Indecisos são 9%.
Na comparação com a última pesquisa Datafolha, realizada em 15 e 16 de abril, Dilma teve uma alta de sete pontos percentuais – de 30% para 37%. Já Serra caiu cinco pontos, saindo de 42% para os mesmos 37%.
Essa é a primeira vez em que ambos aparecem empatados no Datafolha.
Segundo turno e espontânea
Dilma e Serra aparecem tecnicamente empatados na projeção de segundo turno do Datafolha. A petista tem 46% contra 45% do tucano. Em abril, Serra aparecia dez pontos à frente de Dilma com 50% a 40%.
Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Dilma aparece isolada em primeiro lugar com 19% das intenções de voto. Em abril, a petista tinha 13%.  José Serra tem 14% contra 12% da pesquisa anterior. Lula também aparece na lista com 5%.
Rejeição
O índice de rejeição de Dilma caiu de 24% para 20% na pesquisa de maio. Já o de Serra subiu de 24% para 27%. Marina também teve um resultado positivo: sua rejeição caiu de 20% para 14%.
Vox Populi
O Vox Populi divulgou no último sábado (15) pesquisa encomendada pela Rede Bandeirantes que mostrou pela primeira vez a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) à frente do ex-governador José Serra (PSDB), após período de superexposição da petista no rádio e na TV. Na pesquisa estimulada, Dilma aparece com 38% das intenções de voto, contra 35% do tucano. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, assim como na última pesquisa Vox/Band os dois candidatos estão tecnicamente empatados.
Dilma empata com Serra, mostra pesquisa Datafolha - Eleições - iG

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cloaca News: SERRA PAGOU PARA TER MOTOQUEIROS EM CARREATA

quinta-feira, 20 de maio de 2010


SERRA PAGOU PARA TER MOTOQUEIROS EM CARREATA

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Em sua passagem por Juazeiro do Norte, Ceará, onde foi pedir a benção de Padim Ciço, o tucano Zé Chirico foi recepcionado por uma legião de motociclistas, que o acompanhou pela cidade desde o Aerporto do Cariri. Sabemos agora o motivo da calorosa recepção: a distribuição, pela campanha de Serra, de um vale-combustível no valor de R$ 20 a cada “manifestante” sobre duas rodas.
Não é nada, não é nada, é bem mais que o  vale-cachorro-quente distribuído por Yeda Crusius aos “militantes” tucanos às portas do Palácio Piratini, em Porto Alegre.
Os detalhes da carreata serrista em Juazeiro do Norte podem ser lidos aqui.
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ATUALIZAÇÃO - O link acima está bloqueado para não-assinantes do site. No entanto, você poderá conferir a íntegra da notícia clicando aqui, no blog Veja Juazeiro.
Cloaca News: SERRA PAGOU PARA TER MOTOQUEIROS EM CARREATA

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Marcos Coimbra: Surpresa anunciada | Viomundo

Saiu no Viomundo:
19 de maio de 2010 às 12:03

Marcos Coimbra: Surpresa anunciada

Surpresa anunciada
por Marcos Coimbra
Correio Braziliense – 19/05/2010
Engana-se quem pensa que tudo está parado, aguardando a Copa do Mundo. Assim como quem acha que Dilma “deu a virada” com a mídia partidária do PT e que Serra devolverá a ultrapassagem quando tiver a do PSDB. O que houve foi apenas mais um passo no caminho que o eleitorado está percorrendo faz tempo
Aconteceu. Depois de meses de expectativa, finalmente Dilma Rousseff apareceu à frente de José Serra em uma pesquisa de intenção de voto. Na verdade, em duas.
Uma foi feita pela Vox Populi e divulgada no fim de semana. A outra, de responsabilidade da Sensus, saiu na segunda-feira. Com intervalo de dias, elas mostraram a mesma coisa.
Os resultados chegam a ser, em muitos casos, idênticos. No voto espontâneo, a Vox aponta 19% para Dilma e 15% para Serra, ficando Marina com 2%. Na Sensus, Dilma tem 19,8%, Serra 14,4% e Marina 2%. No estimulado, segundo a Vox, na lista com 11 pré-candidatos, Dilma tem 37%, Serra 34% e Marina 7%. Em cenário análogo da Sensus, a ex-ministra fica com 35,7%, o ex-governador com 33,2% e a senadora com 7,3%.
Há uma única discrepância relevante entre as pesquisas, que ocorre quando a pergunta estimulada é feita utilizando lista reduzida, com apenas as três candidaturas principais. Na Vox, Dilma mantém a dianteira, com 38%, contra 35% para Serra, enquanto que, na Sensus, o tucano passa a ter 37,7% e Dilma 37%. As duas são iguais, levando em conta as margens de erro, mas a diferença deve ser considerada.
A rigor, ambas indicam que o quadro de “empate técnico” entre as candidaturas do PSDB e do PT está mantido. Desde o fim de março, as pesquisas dos dois institutos vêm dizendo a mesma coisa, no que se assemelham às do Ibope. Agora, o empate permanece, mas com posições invertidas. O que quer dizer muito na política, pois liderar, mesmo que com vantagem pequena, é liderar. E estar em segundo lugar é sempre pior que em primeiro.
Foram resultados inteiramente previsíveis para quem acompanha as pesquisas e procura entendê-las. Não há nada de abrupto ou surpreendente neles.
Estas eleições começaram cedo no meio político e entre pessoas muito politizadas, mas só chegaram à opinião pública mais ampla no fim de 2009, início de 2010. Nas pesquisas da Vox Populi, por exemplo, Serra tinha 6% de intenção espontânea em maio de 2008, há dois anos, e ficou com 7% em novembro de 2009, o que quer dizer que permaneceu no mesmo lugar durante um ano meio. Nesse período, Dilma foi de 2% a 5%. Nos três meses de janeiro para cá, no entanto, ele passou de 9% a 15% e ela de 5% a 19%. A soma do voto espontâneo dos dois, que era de 12 pontos em novembro, quase triplicou nos seis meses seguintes, alcançando 34% agora.
Essa intensificação do ritmo de formação de intenções de voto tem sido mais favorável a Dilma. Nos dados da Vox para o voto estimulado, Serra tinha 42% em novembro e 35% agora. Enquanto isso, Dilma foi de 26% a 38%. Ou seja, houve uma mexida de 19 pontos (entre o que ele perdeu e ela ganhou) em favor da candidata do PT.
Se considerarmos os resultados de todos os institutos, não vemos, de janeiro a meados de maio, nenhum dos fenômenos de sobe e desce que marcaram eleições como a de 2002. Sequer a saída de Ciro Gomes, que muitos imaginavam que poderia causar impacto maior, provocou terremotos, por pequenos que fossem.
As coisas estão indo, devagar e sempre, no andar que um general de antigamente chamava lento, gradual e seguro: Dilma crescendo aos poucos, Serra caindo aos poucos, Marina no mesmo lugar.
Engana-se quem pensa que tudo está parado, aguardando a Copa do Mundo. Assim como quem acha que Dilma “deu a virada” com a mídia partidária do PT e que Serra devolverá a ultrapassagem quando tiver a do PSDB. O que houve foi apenas mais um passo no caminho que o eleitorado está percorrendo faz tempo.
É o que as eleições marcadas pelo desejo de continuidade sempre trilham. Menos sobressaltado, menos cheio de emoções. Nelas, à medida que a ideia vai encontrando seu rosto, a decisão vai se tornando mais fácil para a maioria dos eleitores.
Marcos Coimbra: Surpresa anunciada | Viomundo - O que você não vê na mídia

Le Monde: O Sul emergente abre alas e pede passagem | Viomundo

Saiu no Viomundo:
19 de maio de 2010 às 18:42

Le Monde: O Sul emergente abre alas e pede passagem

Irã nuclear: o Sul emergente abre alas e pede passagem, na negociação
19/5/2010, “Opinion”, Le Monde, Paris
http://www.lemonde.fr/opinions/article/2010/05/19/nucleaire-iranien-le-sud-emergent-veut-sa-place-dans-la-negociation_1353888_3232.html
Tradução de Caia Fittipaldi
O Sul emergente já aparecera antes, em cena que provocou frisson e alarido no palco internacional, em domínios do meio ambiente e do comércio. Essa semana, inaugura nova etapa, importante sinal de o quanto aumenta o poder desses países.
Ei-los ativos em terreno que, até agora, permanecia como quase-monopólio das tradicionais “grandes potências”: a proliferação nuclear no Oriente Médio – ou, em resumo, a relação de forças numa região-chave para Europa e Estados Unidos.
Os livros de História guardarão a data – 2ª-feira, 17 de maio –, em que Brasil e Turquia apresentaram à ONU acordo negociado com Teerã, sobre uma das facetas da questão nuclear iraniana.
Pense-se o que se pensar sobre o texto que resultou dessa mediação turco-brasileira, a própria mediação, em estratégia de mostrar fato consumado – não foi mediação solicitada –, muda consideravelmente o quadro mundial. Ela quebra de facto o domínio até agora reservado aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia.
Endereçada exatamente a esses, a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan é clara: nem pensem, em 2010, em porem-se a reinar só vocês, sobre uma ordem internacional na qual o peso das nações evolui a favor de países como os nossos (o Sul emergente estende-se do Egito à África do Sul, da Nigéria à Indonésia).
AMBIÇÕES POLÍTICAS LEGÍTIMAS
Para os que ainda não entenderam: Brasil e Turquia, segunda-feira passada, puseram os pontos nos “is”. São membros, sim, do grupo dito “5 +1”, ou “os Cinco” que, na ONU, discute a questão nuclear iraniana.
O grupo é constituído dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança acima citados, mais a Alemanha. Os cinco países acusam o Irã de descumprir compromissos internacionais e de ignorar várias Resoluções da ONU. Suspeitam que Teerã mantenha um programa de enriquecimento de urânio que parece ter uma única finalidade: militar.
As ambições políticas dos países do Sul são legítimas. Têm de ser acolhidas positivamente. Mas, no caso do dossiê iraniano, a desconfiança dos Cinco tem fundamento. Evidentemente, todos saudaram a iniciativa turco-brasileira como “um passo na direção certa”.
Simultaneamente, para marcar a desconfiança quanto à substância do acordo anunciado em Teerã, os Cinco já avisaram, na 3ª-feira, que manterão a pressão sobre o Irã. Trabalham agora num projeto de Resolução que prevê novas sanções contra a República Islâmica.
Têm razão. O documento turco-brasileiro propõe que uma parte – apenas uma parte – do urânio iraniano seja armazenada no exterior, em troca de combustível enriquecido só aproveitável para uso civil. Assim, não se impede o Irã de produzir o urânio mais potente de que carece para produzir arma nuclear.
Os iranianos já disseram, ontem: não pensam em suspender seu próprio programa de enriquecimento de urânio… Têm razão, pois, os Cinco, que exigem mais.
Le Monde: O Sul emergente abre alas e pede passagem | Viomundo - O que você não vê na mídia

terça-feira, 18 de maio de 2010

Portal Vermelho .:: A Esquerda Bem Informada ::.

17 de Maio de 2010 - 18h16

Por que Serra agora perde nas pesquisas

Os números dos institutos Vox Populi (divulgados na noite de sábado, 13) e Sensus (desta segunda-feira, 17), deram pela primeira vez a candidata de Lula, Dilma Rousseff, à frente do oposicionista José Serra – embora dentro da margem de erro. No QG da comunicação de Dilma, há hoje um contido entusiasmo, mas não é com a virada nas pesquisas. É com o discurso defensivo de Serra.
Por Bernardo Joffily

Pesquisas vêm e vão. As últimas trazem como novidade a pontuação de Dilma superior à de Serra (35,7% contra 33,2% no Sensus, 38% a 35% no Vox Populi). Foi uma mudança esperada, pois desde o ano passado a trajetória da ex-ministra da Casa Civil é ascendente. Se houve surpresa foi a ultrapassagem acontecer em maio, quando era esperada para o início oficial da campanha, em julho.
Até o insuspeito jornalista Ricardo Noblat pôs no ar, em seu bem visitado blog no site da Globo, uma enquete perguntando "quando Dilma ultrapassará Serra nas pesquisas". As opções eram "até meados de junho (7.04% das respostas)"; "depois do fim da Copa do Mundo (2.90%)"; "quando Lula começar a pedir votos para ela na TV a partir de agosto (12.27%); "não ultrapassará Serra (76.63%)"; e "não sei (1.17%)". Tanto as respostas como as alternativas escolhidas apostaram em um ritmo mais lento.

"Serrinha Paz e Amor"

Porém é outro fator que entusiasma os comunicadores de Dilma. O entusiasmo, só percebido nas entrelinhas, por temor do salto alto, vem da percepção de que o presidenciável do PSDB-DEM-PPS, José Serra, está metendo os pés pelas mãos, sem encontrar um discurso que lhe permita ser o candidato da mudança em uma disputa onde o eleitor quer a continuidade. Os números ds pesquisas, nessa interpretação, são apenas uma consequência.
Desde o discurso em que oficializou sua pré-candidatura, em 10 de abril, Serra escolheu um caminho esquisito. Só tem elogios para o atual governo e o presidente Lula, que considera "acima do bem e do mal" e "um fenômeno".

O discurso soa falso

No QG de Dilma, que acompanha a disputa com pesquisas qualitativas, acredita-se que essa linha vai dar errado. Onde já se viu um candidato da oposição que só fala bem do governo?
O discurso soa falso. Não combina com a trajetória do PSDB-DEM-PPS nestes quase oito anos. Colide também com o histórico do próprio Serra, que enfrentou Lula em 2002 sob a bandeira do medo (simbolizada pelo "Eu tenho medo" da atriz Regina Duarte no programa eleitoral do tucano). O comando do marketing de Dilma avalia que a insinceridade não resistirá a uns poucos depoimentos de Lula no horário eleitoral de TV.
A falsidade dessa premissa desmonta a segunda parte do discurso de Serra, sobre seu suposto maior preparo e competência. Haveria muito a questionar sobre esses predicados autoatribuidos, vindos de quem fez um governo em São Paulo marcado pela mediocridade, as enchentes, os desmoronamentos nas obras do Metrô e do Rodoanel. Mas o seu ponto mais fraco é o ponto de partida: tentar apagar a fronteira entre governo e oposição.

Munição pesada para o plano B

É possível que essa linha de conduta da oposição tenha vida curta. Correm boatos de que a mídia dominante, em especial, está acumulando munição pesada, repugnante mesmo, para desovar na fase aguda da campanha eleitoral.
O publicitário que vai pilotar o programa de TV de Dilma, João Santana, conhece de perto essa alternativa. Ela é, com pequenas variantes, a preferida das forças de direita desalojadas dos governos da maior parte da América Latina. Santana a enfrentou pessoalmente, meses atrás, quando atuou na campanha presidencial em El Salvador. As acusações ao seu candidato, Mauricio Funes (da Frente Farabundo Martí) eram de "terrorista" e "amigo de Hugo Chávez" para baixo. Santana revidou com uma versão em ritmo de salsa do Samba de Martinho da Vila, A vida vai melhorar. Os salvadorenhos votaram na vida melhor e Funes foi eleito em 15 de março.

Gaguejando para o eleitor

Seja com o atual discurso do "Serrinha Paz e Amor", quase ex-oposicionista, ou com um plano B baseado na truculência, a sucessão de Lula será uma disputa dura e de resultado em aberto. Em aberto porque as classes dominantes são Serra, apesar de todo o dinheiro que ganharam no governo Lula (uma interessante enquete do jornal Valor junto a grandes empresários e executivos, em abril, deu Serra 78%, Dilma 9% e Marina 6%; clique aqui para ver mais), a mídia dominante é Serra roxa e a estrutura de poder em geral – que nem de longe se limita ao aparelho de governo – favorece a volta por cima dos que sempre mandaram no país.
Visto isto, é Serra que está hoje na defensiva, nem tanto por ter sido suplantado nas duas últimas pesquisas, mas principalmente porque está gaguejando para o eleitor. Em qualquer eleição isso é um grave defeito. Mais ainda em uma como a de 3 de outubro, que se anuncia plebiscitária e bipolarizada.
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Data-da-Folha indica que vai preparar dossiê contra a Dilma | Conversa Afiada

Data-da-Folha indica que vai preparar
dossiê contra a Dilma

Disso aqui pode sair uma outra ficha falsa da Dilma
O Conversa Afiada reproduz texto do Blog Amigos do Presidente
terça-feira, 18 de maio de 2010
Exclusivo: Datafolha indica que campanha de Serra prepara dossiê da ditadura contra Dilma
Em primeira mão no blog Os Amigos do Presidente Lula em 18/05/2010 às 01:20hs
A pesquisa DataFolha, protocolo no TSE 12044/2010, registrada na segunda-feira, dia 17, traz no questionário duas perguntas que apontam para a estratégia de baixaria de campanha de José Serra (PSDB/SP).
A indicação é de que campanha do demo-tucano cogita centrar a campanha na baixaria das fichas falsas que circularam no submundo da internet e na Folha de São Paulo, trazendo o assunto para o centro da campanha em forma “dossiês”. Obviamente deturpando, com a intenção de desconstruir a imagem de Dilma Rousseff, querendo tripudiar com sua condição de ex-torturada quando era presa política, e querendo, para atingi-la, criminalizar guerrilheiros, que agiram como soldados de exércitos rebeldes, e entraram em combate contra autoridades e forças policiais, militares e paramilitares da ditadura, nos anos de chumbo.
Eis as perguntas:
Caso não consiga ler a figura, as perguntas do Datafolha são:
P.23 Você diria que é a favor ou contra a punição de pessoas que torturaram presos políticos durante a ditadura?
P.24 Você é a favor ou contra a punição de pessoas que praticaram atos terroristas contra o governo durante a ditadura?
Por mais que os donos do Grupo Folha tenham relações afetivas, amorosas e saudosistas com a ditadura, a qual já chamaram carinhosamente de “ditabranda”, não faz qualquer sentido incluir estas duas perguntas acima, na forma de pesquisa qualitativa, se não estiverem pensando em explorar o tema. E por trás disso só pode ser coisa da campanha demo-tucana que, inclusive, já fez um teste prévio, na própria Folha, quando publicou a ficha falsa, para ver a repercussão que dava.
Fica claro nesta pesquisa, que estão estudando como a população seria receptiva ou não à baixaria. Se avaliarem que o “custo/benefício” eleitoral compensa, irão mandar às favas todos os escrúpulos e executar o plano de baixaria. Basta que Serra se sinta ameaçado nas pesquisas, o que já está acontecendo.
A pesquisa (não o “dossiê”) provavelmente será publicada no próximo fim de semana, pela data de registro.
Perguntas para cruzamento de dados:
O que reforça a desconfiança, ou melhor a quase certeza, de que essas perguntas qualitativas só podem ter sido encomendadas pela campanha de José Serra, são as perguntas que antecedem (Perguntas 21 e 22):
Isso não é coisa de marqueteiro para uso em uma campanha séria e limpa. Está totalmente fora do interesse para definir qualquer estratégia de campanha que tenha efeito eleitoral, no Brasil, saber se o eleitor se considera de esquerda ou de direita, e ainda como ele classifica cada candidato. Principalmente porque há pergunta no próprio questionário sobre partido preferido, que é mais objetiva e precisa.
Ser ou não ser? Eis a questão…
Se não fossem as perguntas que seguiram sobre tortura e “atos terroristas”, seria de se pensar que estas perguntas sobre esquerda/direita eram prescrição do psicanalista de José Serra (PSDB/SP), e o demo-tucano estaria em crise existencial. Ele estaria querendo saber se o eleitorado o vê de esquerda, como ele tentou se declarar.
Mas com o encadeamento das perguntas seguintes, passam a fazer sentido lógico, para fazer o cruzamento do que pensam as pessoas que se definem de esquerda ou direita, sobre os acontecimentos da ditadura, e sobre como vêem Serra, para analisar o custo/benefício em termos de perdas e ganhos de votos, ao mandar às favas todos os escrúpulos, e forjar dossiês da ditadura.
A íntegra do questionário pode ser consultada aqui ou no TSE (protocolo 12044/2010).

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

The Guardian: O acordo Brasil-Irã-Turquia | Viomundo

Jornal britânico elogia a política internacional de Brail e Turquia, no Viomundo:
17 de maio de 2010 às 12:06

The Guardian: O acordo Brasil-Irã-Turquia

O acordo nuclear Brasil-Irã-Turquia
17/5/2010, Stephen Kinzer, The Guardian, UK
Tradução Caia Fittipaldi
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2010/may/17/iran-nuclear-brazil-turkey-deal
Os acontecimentos e notícias empolgantes que chegam de Teerã, de acordo afinal firmado, que pode ter evitado crise global em torno do programa nuclear iraniano é desenvolvimento altamente positivo para todos – exceto para os que, em Washington e Telavive, estavam à procura de qualquer pretexto para isolar ou atacar o Irã.
Também marca o nascimento de uma nova força altamente promissora no cenário mundial: a parceria Brasil-Turquia.
Semana passada, o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente Luis Inácio Lula da Silva do Brasil adotaram, em conjunto, a abordagem clássica do “um gentil, outro durão”, para aproximarem-se dos líderes iranianos. Lula anunciou que iria a Teerã, o que deu aos iranianos esperança de algum acordo. Mas era indispensável também a presença da Turquia (onde o urânio será tratado), e Erdogan fez-se de difícil.
Na 3ª-feira, Ahmet Davutoglu, o muito experiente ministro das Relações Estrangeiras da Turquia, anunciou que Erdogan não iria ao Irã, a menos que os iranianos manifestassem algum interesse em firmar algum acordo. “Não é hora para encontros trilaterais sem objetivo preciso”, disse. “Queremos resultados. Sem perspectiva de resultados, não iremos ao Irã.”
Na 6ª-feira, Erdogan endureceu ainda mais. Disse que a planejada viagem a Teerã estava cancelada, porque o Irã “não se manifestara sobre a questão”.
Poucas horas depois, a secretária Hillary Clinton telefonou ao Chanceler turco e empenhou-se em desencorajar a iniciativa dos diplomatas brasileiros e turcos. Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que a sra. Clinton ‘alertou’ o ministro turco para não confiar nos iranianos, cujo único interesse seria “fazer qualquer coisa para impedir as sanções pelo Conselho de Segurança, sem dar qualquer passo para suspender seu programa nuclear militar.”
Depois do telefonema, um pouco precipitadamente, de fato, a secretária Hillary previu publicamente que o esforço dos presidentes Lula e Erdogan fracassaria.
O que se sabe hoje é que a secretária Clinton pode não estar trabalhando corretamente pela pauta política da Casa Branca. Enquanto ela falava em Washington, funcionários turcos anunciavam aos jornalistas em Ankara, off-the-record, que haviam recebido encorajamento do próprio presidente Obama, para insistir no trabalho de mediação e continuar pressionando em busca de algum acordo. Pode ser, é claro, ‘divisão’ planejada das forças nos EUA, para cobrir todas as posições, o que implica que EUA, sim, anteviram a possibilidade de serem derrotados no front diplomático: Clinton faria a parte mais difícil e preservaria a posição do presidente como ‘mediador’ e interessado mais em acordos que em confrontos. Seja como for, já sugere alguma fragilidade na posição da secretária de Estado, ou seu isolamento, no círculo mais alto dos estrategistas de Obama para as questões mundiais cruciais.
Alguns, em Washington, tentarão ver no acordo apenas um modo para salvar as aparências e livrar o Irã de confronto direto com EUA e União Europeia. Seja como for, outros verão de outro modo. Ali Akbar Salehi, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, vê perspectiva mais positiva. Semana passada, já havia anunciado que o Irã buscava um acordo, contando com a mediação política do Brasil e da Turquia “para dar aos EUA e outros países ocidentais um modo de escaparem da situação de impasse que criaram, com tantas ameaças.”
Em todos os casos, o que se viu foi que negociadores competentes em negociações bem encaminhadas por dois líderes mundiais, destruíram a versão, difundida por Washington, de que o Irã não faria acordos e teria de ser ‘atacado’, por sanções; antes, claro, de que os EUA considerassem “todas as opções” – inclusive o ataque militar, para impedir o progresso do programa nuclear do país.
Fato é que Turquia e Brasil, embora em pontos opostos do planeta, têm muita coisa em comum. São dois países territorialmente grandes que passaram longos anos sob ditadura, mas conseguiram alterar essa história e andar pacificamente na direção da plena democracia. Os dois países têm hoje, na presidência, políticos dinâmicos e experientes, que comandaram importante processo de recuperação econômica nos seus respectivos países. Os dois países, além do mais, já emergiram como potências regionais, mas aspiram ao nível de potências como Rússia, Índia ou mesmo a China. Nem Turquia nem Brasil podem sobreviver sozinhos entre esses gigantes. Mas, juntos, formam uma parceria que tem inúmeras possibilidades de sucesso.
Brasil e Turquia são os países que mais abriram novas embaixadas pelo mundo, nos dois últimos anos. Uma vez por ano, os principais diplomatas turcos voltam a Ancara para ampla reunião de trabalho. Na reunião de 2010, ocorrida em janeiro, o ministro das Relações Exteriores do Brasil Celso Amorim foi um dos principais conferencistas convidados.
Turquia e Brasil foram, por muitos anos, apoiadores ‘automáticos’ de Washington, mas agora começam a assumir o timão e determinar a própria rota. Preocupados com o que veem como violento unilateralismo norte-americano, que desestabiliza imensas regiões em todo o mundo, os dois países têm evitado todos os confrontos internacionais, ao mesmo tempo em que trabalham incansavelmente para promover acordos que visem à pacificação. Por muito feliz coincidência, os dois países são hoje membros não-permanentes do Conselho de Segurança. A posição deu-lhes os meios para intervir na questão iraniana; que os negociadores e presidentes de Turquia e Irã usaram com talento e competência excepcionais.
Durante a Guerra Fria, o Movimento dos Não-alinhados tentou converter-se numa “terceira força” na política mundial, mas fracassou, porque reunia países grandes demais, separados demais e diferentes demais. Turquia e Brasil emergem agora como a força global capaz e competente para diálogos e acordos que o Movimento dos Não-alinhados jamais antes conseguira ser.
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